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quinta-feira, junho 29, 2006

A Abelha


A história que vos vou contar é verídica e passou-se lá para os lados da Barragem do Cabril.
O To (nome fictício, ou talvez não fica ao vosso critério) era um guloso e adorava mel, gostava de por mel em tudo, ele era no leite, ela era no pão, à colherada enfim gostava muito de mel.
Um dia pensou em tirar um curso de Apicultor, porque não ter as suas próprias colmeias e o seu próprio enxame? Assim teria sempre mel em abundância e de boa qualidade.
Se bem o pensou melhor o fez, procurou o local ideal, fez as colmeias, tirou o seu curso e comprou um enxame com centenas de abelhas.
Durante os primeiros tempos tudo correu de feição, as abelhas produziam mel em abundância, os conhecimentos apreendidos no curso eram uma mais valia para o To desenvolver este seu passatempo em segurança e sem problemas de maior, uma ou outra ferradela mas coisa sem importância.
No entanto, e como é normal, com o passar do tempo o To foi-se tornando um pouco desleixado, e esqueceu alguns dos cuidados que deveria ter, dizia ele:
“Eu conheço as minhas abelhas, todas trazem um sininho ao pescoço e elas também já me conhecem.”
Então, um belo dia, enquanto se preparava para manusear uma das suas colmeias, esqueceu-se de colocar os elásticos que isolam as pernas das calças impedindo que as abelhas por aí entrem.
“Eu é que sei, tá muito calor e as abelhas já me conhecem.”
Pois é, talvez sim, mas sempre uma ou outra mais distraída, e então deu-se o impensável. Uma abelha entrou pela perna das calças.
A abelha, coitada, com tanta perna, com tanto pelo, com tanto suor desorientou-se e foi por ali acima.
Chegada ao cimo das calças a abelha começou a sentir-se encurralada, presa e sem ter por onde sair. Então não foi de modas e ferrou a primeira coisa que apareceu à frente.
O pirolau do To estalou de tanta dor e começou a latejar.
O To quando sentiu tamanha dor, desatou a correr aos gritos:
“Ai, Ai, puta que pariu já me ferraram!”
Chegado a casa, tirou as calças e ficou a olhar estupefacto e com surpresa para o tamanho do que outrora fora era um normal pirolau, mal o reconhecia.
“Ai carago, esta porcaria dói que se farta e está a inchar.”
O irmão mais novo, na sua boa fé diz:
“Ó To, bota aí um bocado de álcool que isso passa.”
O To, aflito com dores, nem pestanejou, agarrou no frasco do álcool, sacou a tampa e vai de despejar.
De repente começou a mudar de cor, arregalou os olhos, largou o frasco e desatou a correr que nem um desalmado, com aquilo dependurado, em volta da casa e aos gritos:
“Ai que eu morro, Ai que eu morro.”
“Este gajo é maluco, o álcool ainda fez pior, Ai que eu morro.”
Ao fim de, mais ao menos, cinquenta voltas à casa, quando parou, finalmente foi possível perceber o tamanho da tragédia. O To parecia que tinha dependurado o órgão de um cavalo quando este está animado.
Moral da história:
- O álcool quando misturado com o ferrão de uma abelha embrutece os homens tornando-os em autenticas bestas.
Dizem as más línguas que, quando a noticia se espalhou logo se formou uma interminável fila de senhoras, vindas inclusivamente das aldeias vizinhas, dispostas a ajudar a arrefecer tal inusitado inchaço.
Mai nada.

2 Comments:

At 4:44 da tarde, Blogger Lipa said...

O que eu me ri com este post.... eheheheheh!!! ;)

Não conhecia este teu outro eu, vou passar também por aqui...

Beijinhos

 
At 12:19 da tarde, Blogger Mário said...

lol A sorte que o Tó teve de ser só uma abelha :)

 

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